25º FORÚM INDÚSTRIA TÊXTIL RESPONDEU À DIGITALIZAÇÃO E TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
26 Outubro 2023
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25º FORÚM INDÚSTRIA TÊXTIL RESPONDEU À DIGITALIZAÇÃO E TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
Na passada terça-feira, dia 24 de outubro, a ATP organizou o 25º Fórum da Indústria Têxtil, um evento que juntou a fileira e serviu para não só fazer um apanhado do estado atual do sector como realinhar as estratégias para um futuro competitivo e sustentável. Entre os temas em debate destaca-se o foco na transição energética e na transição digital.

"Resiliência e tenacidade têm sido a chave para que a ITV se mantenha viva, com uma reputação global de excelência, tornando-se em muitos casos trend setters na inovação de produtos e processos", disse Mário Jorge Machado, presidente da ATP.

"Não há muitas indústrias no mundo em que a rastreabilidade do produto e do processo seja tão transparente como a portuguesa", acrescentou no seu discurso, alertando que "este será certamente um ano para esquecer", pela queda nas vendas ao exterior, tanto em valor como quantidade. A influenciar os resultados está a conjuntura geopolítica delicada e uma crise que, nas palavras do dirigente associativo, "condiciona o poder de compra dos principais mercados de exportação". 

Para contornar a tempestade a indústria vai apoiar-se na transição climática e energética, sobretudo no passaporte digital de produto. "Com este passaporte vamos passar efetivamente a ter dados concretos e até comparações específicas. E aí, os nossos clientes podem decidir efetivamente se preferem produzir em Portugal ou noutros países", disse Patrícia Ferreira, CEO da Valérius HUB. 

Outra dos tópicos da conversa foi como responder à necessidade de reciclar 2,5 milhões de toneladas até 2030. Braz Costa, diretor geral do CITEVE, vê na tecnologia a solução. "Em Portugal são enviadas para o lixo todos anos duzentas mil toneladas de produto têxtil. São duzentas mil toneladas de matéria-prima potencial", adverte. 

As fichas para assegurar a competitividade da ITV estão também postas na automação, sobretudo para responder ao problema da escassez de mão-de-obra. "A automatização é mais do que chão-de-fábrica ou criação de produtos e designs. É também eliminar tarefas repetitivas, reduzir o que atrai menos pessoas ao sector e, assim torná-lo, mais atrativo", acredita Rui Oliveira, da Riopele.

O Fórum contou ainda com o contributo, enquanto key speaker, de Fernando Alexandre, professor da Universidade do Minho, que explicou as transformações do sector e frisou mais uma vez a necessidade de se continuar a apostar no I&D e a tirar partido da concentração empresarial a Norte. "A concentração territorial é importante, pois forma uma espécie de cluster que cria e potencia o know-how", concluiu. 

A sessão de encerramento desta 25ª edição coube a Pedro Cilínio, que diz ser o momento de colocar as políticas públicas a apoiar as empresas e que o governo tem vindo a identificar as necessidades. "A ATP tem sido ouvida nas ajudas que têm chegado nos últimos anos. O sector têxtil é dos mais relevantes, para os desafios de futuro temos apoios consistentes no terreno", disse o Secretário de Estado da Economia. 
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